HONÓRIO GAUDÉRIO O GAÚCHO GROSSO

HONÓRIO GAUDÉRIO O GAÚCHO GROSSO

terça-feira, 14 de junho de 2016

JOÃO SIMÕES LOPES NETO (HOJE, LEMBRANÇA DA DATA DE SUA MORTE)


Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada
de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da
Coronilha, onde devia pousar.
Parece que foi ontem!... Era por fevereiro; eu vinha abombado da troteada.
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Olhe, ali, na restinga, à sombra daquela mesma reboleira de mato, que está nos vendo, na
beira do passo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os
olhos, fiz uma sesteada morruda.
Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca rolando sobre o pedregulho,
tive ganas de me banhar; até para quebrar a lombeira... e fui-me à água que nem capincho!
Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei umas quantas vezes; e sempre puxei
umas braçadas, poucas, porque não tinha cancha para um bom nado.
E solito e no silêncio, tornei a vestir-me, encilhei o zaino e montei. 

CONTOS GAUCHESCOS

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